• Importância dos aspectos emocionais ligados à obesidade e suas implicações no tratamento

    Importância dos aspectos emocionais ligados à obesidade e suas implicações no tratamento

    Em vista que os distúrbios de conduta alimentar constituem uma área de crescente interesse:

    • I) Médico
    • II) Nutricional, alimentar e dietético
    • III) Psicológico
    • IV) Governamental por ser uma epidemia mundial

    De acordo com os itens expostos acima, é possível notar que a obesidade uma doença que ameaça a saúde das populações em número crescente de países. Percebe-se, portanto a necessidade de que todos os profissionais da área de saúde considerem à importância dos aspectos emocionais envolvidos na obesidade, bem como as implicações que estes trazem no tratamento desta.

    As dificuldades em emagrecer dos pacientes, no tratamento, com profissionais da saúde, acabam causando em muitos o “efeito sanfona” (emagrecer e engordar em curto período de tempo), que pode ser relacionado, muitas vezes, por uma não atenção aos aspectos emocionais, sendo feito o tratamento envolvendo apenas o corpo no seu aspecto físico.

    Esta nova visão mundial do Médico Nutrólogo (Especializado em Nutrologia) e sua equipe se dedicando ao tratamento da obesidade pode ser observada nas atitudes da OMS (Organização Mundial de Saúde) e incentivando a prática de métodos para o tratamento da obesidade com:

    • 1) Controle dietético
    • 2) Prática de atividade física e exercícios
    • 3) Remédios anti-obesidade
    • 4) Cirurgia gastrointestinal (reservada para casos extremos)

    No CID 10 – Classificação Estatística Internacional de Doenças (E65-E68) – aparece que a obesidade não é considerada como um distúrbio alimentar, sendo definida como um distúrbio físico que não se associa a qualquer síndrome psicológica ou comportamental distinta, o que demonstra a postura de alguns profissionais da saúde que leva em conta apenas o distúrbio físico do paciente.

    O que se percebe, nos obesos, é uma dificuldade em conseguir emagrecer, que vai além do corpo físico, que quando se amplia à visão e percebe que somos corpo e mente, que quando relacionados podemos trabalhar na tentativa de entender melhor o que se passa na obesidade e assim ajudar no tratamento dos pacientes.

    Devido a estes aspectos percebe-se a importância de um trabalho no qual se pretenda levantar as possíveis hipóteses, envolvendo as implicações da obesidade em seus aspectos emocionais no tratamento, mostrando assim a importância de se trabalhar conjuntamente os aspectos:

    • a) Físicos
    • b) Alimentares
    • c) Emocionais

    Para que se possa promover a saúde, buscando novas formas de implementação das políticas de saúde pública e de programas para melhorar a prevenção e o controle da obesidade.

    Destaca-se assim a importância de levar em conta que além da obesidade ser causada por um desequilíbrio entre calorias que são consumidas, e as calorias que são gastas pelo indivíduo, ela é, atualmente, considerada uma doença com causas diversas, produz vários outros problemas tanto em relação à saúde física como na saúde emocional.

    As co-morbidades relacionadas à saúde física são:

    • A) Elevação das triglicérides
    • B) Elevação do colesterol
    • C) Alterações ortopédicas
    • D) Alterações pressóricas
    • E) Alterações dermatológicas
    • F) Alterações respiratórias
    • G) Predisposição ao diabetes
    • H) Apnéia do sono
    • I) Alterações circulatórias
    • J) Câncer
    • L) Distúrbios psíquicos

    Em relação à saúde emocional, percebe-se que as bases psicológicas envolvidas na obesidade podem denotar conflitos afetivos associados à busca de algo, de um afeto inatingível, de um preenchimento do vazio interior, por busca de segurança, algo que venha de encontro com as primeiras experiências de satisfação. Outras vezes pode estar associado aos sentimentos de culpa, remorso, raiva, etc. Nestes estados, a pessoa usa o alimento para compensar tais desafetos, isto por não sentir a vontade para expressá-los e, acaba usando seu corpo como instrumento de vingança.

    A obesidade se encontra, neste processo, como uma forma de suprir um vazio, segundo KAHTALIAN (1992, p.50), o excesso de peso para o indivíduo constitui-se como uma “muleta” que tem que carregar pelo resto da vida, ou seja, nele focaliza-se o foco de angústias e dificuldades sociais, levando a isolar-se do meio social no qual está inserido. Estas dificuldades e insatisfações deixam o sujeito atormentado pelo sentimento de estar “fora da vida”.

    Há uma cisão entre o ego e o corpo, um emprego de uma máscara ou adoção de um papel como meio de adquirir identidade, nos obesos, o excesso de peso.

    A questão do obeso se relaciona em torno da vivência dos limites e de suas próprias escolhas. Tem-se que os obesos não conseguem abrir mão de sua forma e muito menos dos benefícios que a “capa” de gordura fornece enquanto defesa. Escondem-se através de si mesmos, através de um corpo deformado. Provavelmente o obeso, por não conseguir entender o seu problema psíquico, procure na comida uma forma de suprir uma insatisfação ou carência emocional que está muito além de uma simples refeição ou várias refeições.

    Clinicamente é obrigatório determinar a importância de se poder verificar os aspectos emocionais ligados a obesidade e suas implicações no tratamento, identificando e focalizando os comportamentos emocionais que mantém a doença, demonstrando que um trabalho integrado com os aspectos físicos, alimentares da obesidade possibilitando a promoção saúde na busca de novas formas de prevenção e o controle da obesidade.

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